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97 ANUÁRIO DO COOPERATIVISMO MINEIRO - MAIORES COOPERATIVAS DE MINAS GERAIS - ANO 2007

A Felicidade Interna Bruta e o Cooperativismo

Produto Interno Bruto – PIB. Esta é a unidade que representa aproduçãoeconômicadeumestado, umpaís, uma região. Composto por números “frios e calculistas”, o PIB bem que poderia deixar de existir para ser substi-tuído pela FIB – Felicidade Interna Bruta. Mas no mundo capitalista, globalizado e competitivo, não há como abrir mão de uma unidade que represente tão bem o resulta-do do trabalho e das riquezas de uma sociedade. Por que não pensar na FIB como índice para medir a felicidade? A felicidade é mensurável? Os coo-perativistas acreditam que seja e vêm provando isso ao longo do tempo, desde Rochdalle, em 1844, quando se descobriu o cooperativismo como agente impulsionador de uma força capaz de unir, agregar e cooperar. Naquela época, operários, mulheres e crianças que viviam sob re-gime de fome e semi-escravidão uniram-se para, através da cooperação, melhorar sua vidas.

Ao contrário do que se pensava com a econo-mia globalizada, o cooperativismo está crescendo pelas mesmas razões do seu surgimento no século XIX, quan-do houve uma reação espontânea da população caren-te aos processos de concentração e exclusão. Somos a terceira via entre o capitalismo e o socialismo e somos vistos como uma ponte entre o mercado e o bem-estar das pessoas. O cooperativismo tem princípios, valores que lhe são próprios e que, conservados até hoje à luz da doutrina, promovem o diferencial para sua inserção no mercado: empresas que distribuem suas sobras (lucros) eqüitativamente entre os cooperados.

A doutrina cooperativista participa e contribui para o crescimento de nações nomundo inteiro. Umdos aspectos que comprovam essa afrmativa é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), indicador que mede o nível de desenvolvimento humano relacionado à edu-cação, expectativa de vida e renda. As pesquisas para a produção deste anuário confrmam que nos municípios

mineiros onde existem cooperativas, o IDHmédio é mui-to superior ao daqueles que não possuem instituições dessa natureza.

No Brasil, o IDHdosmunicípios que abrigamcoo-perativas é de 0,701, frente a 0,666 daqueles que não têm cooperativas. As estatísticas mostram que o desenvolvi-mento emMinas, nesse sentido, supera a média nacional com0,761, sendo que amédia geral do estado é de 0,719 e nos municípios sem cooperativas de 0,704. Os valores desse indicador variam de 0 (nenhum desenvolvimento) a 1 (desenvolvimento humano total).

Além de contribuir consideravelmente para o desenvolvimento social, o meio cooperativo é um im-portante agente para geração de renda. Se levarmos em consideração a população economicamente ativa, a participação social do cooperativismo emMinas Gerais é de 8,6%, ou seja, de cada cem pessoas com potencial de mão-de-obra para o setor produtivo, aproximadamente nove estão associadas a alguma cooperativa. O quadro social das cooperativas registrou um aumento de 8,7% entre 2005 e 2006, chegando a 900 mil pessoas. São números expressivos que demonstram a importância do cooperativismo frente a este mercado globalizado, exigente e pragmático. Vale ressaltar que o sistema cooperativista representa 6,5% do PIB mineiro. Hoje, 830 cooperativas estão registradas no Sistema Oce-mg/Sescoop-MG, empregando cerca de 27 mil pessoas. Se o PIB cresce, a FIB cresce também porque ela mede, principalmente, valores nos quais a solidariedade está in-cluída.

Ronaldo Scucato

Presidente do Sistema Ocemg/Sescoop-MG

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