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85 ANUÁRIO DO COOPERATIVISMO MINEIRO - MAIORES COOPERATIVAS DE MINAS GERAIS - ANO 2007

A busca constante pelo progresso, na maioria das vezes, coloca os fns acima dos meios, o que gera avanços tecnológicos dissociados de avanços morais. Essa conjuntura produz privilégios para poucos com prejuízo para muitos. Em um dos episódios que mar-caram a história do cooperativismo, em Rochdale, na Inglaterra, a indignação de trabalhadores fez nascer os fundamentos dessa doutrina, que propaga a possibili-dade do crescimento econômico com justiça e desen-volvimento social para todos.

O movimento cooperativo cresceu e se expan-diu pelo mundo, mostrando as possibilidades de uma sociedade melhor. Tornou-se tão importante, que a Organização Internacional do Trabalho o recomenda como alternativa para países em desenvolvimento. Cer-ca de nove milhões de pessoas estão envolvidas direta-mente com o cooperativismo no Brasil e esse número chega a 800 milhões de pessoas no mundo.

O ideal cooperativista gera riquezas e compar-tilha, ao contrário da grande maioria de empresas pri-vadas, que administram seus negócios também geran-do lucro, mas com retorno para privilegiados grupos de investidores, sem considerar a existência de outros par-ceiros estratégicos que contribuem decisivamente para os resultados. Essa forma de gestão elevou a concentra-ção de riquezas a níveis insustentáveis. Há alguns anos, o mercado empresarial começou a despertar para a importância da responsabilidade social para a conquis-ta de novos negócios e a repensar suas atividades sob essa perspectiva.

Entretanto, o cooperativismo, desde sua cria-ção, já propunha uma forma de relação que conside-rasse todos os envolvidos no seu negócio, ponderando outros interesses impactantes para a condução estraté-gica de suas atividades. Analisando sua trajetória, po-demos afrmar que o cooperativismo inspirou a respon-sabilidade social como a conhecemos nos dias atuais. A responsabilidade social amplia as dimensões dos relacionamentos empresariais, propondouma nova forma de interagir comas partes envolvidas no negócio, gerando equilíbrio e a reciprocidade para todos. Novos instrumentos são utilizados na gestão socialmente res-ponsável, como o Manual de Governança, o Código de

Conduta, o Balanço Social, o Planejamento Estratégico, no sentido de assessorar as organizações na modela-gem de seus projetos, bem como no seu acompanha-mento e avaliação de resultados. Empresas norteadas pela responsabilidade social potencializam a melhoria da qualidade de vida das pessoas, das comunidades e da sociedade em geral. O cooperativismo acredita, e o mundo começa a despertar para esse princípio, que é possível gerir negócios, respeitando o meio ambiente, produzindo riquezas e promovendo a equidade social.

Gestões empresariais baseadas no conceito da responsabilidade social podem superar um de-safio maior: alcançar a sustentabilidade e assegurar a continuidade da vida. Reverter o crescimento da miséria e da violência, recuperar a biodiversidade do planeta, descobrir formas limpas de energia, diminuir a poluição e todos os seus efeitos, inclusive o aqueci-mento global, reduzir o flagelo da corrupção e levar alimento, educação e saúde para todos, representam algumas etapas dessa trajetória. Pensar um novo mo-delo de vida, um novo padrão de existência, pautado na ética e nos valores humanos. Os primeiros passos já foram dados, em Rochdale.

Cooperativismo, responsabilidade social e sustentabilidade

Gestão de negócios que produz riquezas, respeitando o meio ambiente e promovendo equidade social.

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